
-
Arquitetos: Burolandschap
- Ano: 2024
-
Fotografias:Pieter Rabijns, Visit Limburg

Descrição enviada pela equipe de projeto. Ao longo das águas dos terrils, onde o passado das minas de carvão ainda é visível, desdobra-se uma ponte flutuante para ciclistas, que desliza elegantemente sobre o lago entre os montes artificiais. A instalação "Pedalando entre os Terrils" simboliza a conexão entre natureza, patrimônio e futuro.



A ponte flutuante está localizada na divisa entre dois municípios marcados por um passado mineiro. A região foi transformada, ao longo do século XX, pela extração de carvão do subsolo, originando os terrils. Posteriormente, a extração de cascalho na área formou um grande lago entre esses dois montes. Todas essas atividades mineradoras modificaram visivelmente o relevo por décadas, criando uma paisagem singular. Hoje, a mineração não está mais ativa, mas os terrils seguem como elementos marcantes do território de Limburg. A partir do século XXI, essa paisagem passou a ser requalificada como um espaço de lazer e contemplação, em que ciclistas e caminhantes desempenham papel central.

A inspiração para o projeto veio das ideias de Fibonacci — uma antiga fórmula matemática que há séculos encanta artistas e cientistas. A Proporção Áurea, princípio essencial nessa teoria, orientou o processo de criação. Em vez de projetar uma travessia reta entre as margens, optou-se por uma forma curva e orgânica, que se encaixa naturalmente na paisagem, seguindo as proporções da Proporção Áurea. Essa curvatura reduz a velocidade dos ciclistas e oferece uma sequência de vistas variadas, proporcionando uma experiência única tanto para quem pedala quanto para quem caminha.

A ponte vai além de sua função prática de travessia: ela se transforma em uma verdadeira sinfonia entre arquitetura e paisagem. Suas linhas fluidas e movimentos orgânicos prestam homenagem à natureza ao redor, enquanto oferecem um percurso convidativo para quem deseja apreciar a tranquilidade do lugar e sua densa história industrial. O projeto, no entanto, não se limita à ponte em si. Ele se estende pela paisagem impressionante, entrelaçando-se com o entorno. Ao caminhar ou pedalar por ali, o visitante é envolvido por uma experiência sensorial e surpreendido pela conexão entre ser humano e natureza que se revela ao longo do caminho. Com impressionantes 400 metros de extensão, a ponte é não apenas a mais longa ponte flutuante da Bélgica, como também uma estrutura única no mundo. Sua escala a torna tanto um feito arquitetônico quanto uma solução funcional para ligar os dois municípios por via aquática.

A estrutura é composta por 30 elementos articulados, o que confere flexibilidade e adaptabilidade às condições ambientais. Esse design modular permite que a ponte suba ou desça conforme o nível da água, que pode variar até 130 centímetros. Suas propriedades dinâmicas garantem adaptação às mudanças do ambiente. O projeto técnico assegura estabilidade, impedindo que a ponte oscile a cada onda, mantendo o conforto de quem pedala. A ponte-píer cria um novo ponto de conexão na malha cicloviária de Limburg — um elo indispensável nesse vasto sistema de rotas para bicicletas — e oferece uma experiência incomparável na província ciclista. Além disso, essa conexão será também integrada à rede de trilhas para caminhadas do Parque Nacional Hoge Kempen.











